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Terceiro Dia do 9º Congresso Internacional

Últimos acontecimentos do 9º Congresso. Veja como foi!

O dia 27 de novembro marcou o fim do 9º Congresso Internacional de Ciências da Longevidade Humana, mas é inevitável registrar que este mesmo dia certamente deu início a uma nova vida e carreira para muitos médicos.

Foi uma verdadeira enxurrada de informação e conhecimento compartilhados por grandes nomes da medicina e da ciência, com todo o poder de levar os congressistas a conceber um novo estilo de vida para si, seus familiares e, certamente, para seus pacientes, através da atuação profissional voltada aos cuidados da saúde de forma globalizada.

 

Abordagem Global e Integrada ao Envelhecimento Saudável

A primeira palestra do domingo foi com o médico português Dr. Manuel Pinto Coelho, com o tema “Abordagem Global e Integrada ao Envelhecimento Saudável”.

“Gentileza, generosidade e gratidão” foram as primeiras palavras do médico que humildemente agradeceu ao Brasil e aos brasileiros por todo o conhecimento transmitido aos portugueses, inclusive na medicina.

Dr. Manuel falou sobre o momento pós pandêmico que vivemos que para ele é, na verdade, uma grande oportunidade de transformação do mundo, das pessoas e especialmente do estilo de vida e da saúde, pelo que considerou que “não havia melhor momento para estarmos aqui neste Congresso de Ciências da Longevidade Humana”.

Contrariando o Nobel de 1958, Joshua Lederberg, que afirmou que a grande ameaça ao domínio do homem é o vírus, o médico afirmou que o maior inimigo do homem é ele mesmo, haja vista que aquele que não se degrada e que investe na própria saúde, sem dúvida é capaz de vencer qualquer vírus.

As pessoas passam cerca de 50% de suas vidas sem saúde, e entre estas, 12% têm problemas graves e, para o médico, esta realidade é uma consequência direta do desconhecimento.

Assim, dissertou sobre formas de cuidar da saúde e principalmente de disseminar informação com abordagem INTEGRAL, considerando:

  • Inflammation = inflamação
  • Nutrition = nutrição
  • Toxin Removal = remoção de toxinas
  • Exercise = exercícios
  • Gut Health = saúde intestinal
  • Replacement Hormonal = reposição hormonal
  • Advanced Supplementation = suplementação avançada
  • Learning Mind & Body = conhecimento de mente e corpo

 

A aula abordou formas de prevenção de doenças, enfatizando o poder do equilíbrio hormonal e dos cuidados com a microbiota intestinal, afirmando ser este o melhor caminho para se manter saudável e envelhecer bem.

Ressaltou, de maneira detalhada, a necessidade de compreender a fundo a alimentação funcional, o processo de exclusão de alimentos inflamatórios, inserção de probióticos e os poderes do uso do ozônio, porque “células neoplásicas não querem oxigênio, então é isso que temos que fornecer a elas”, concluiu.

Com uma passagem fundamental pelos cuidados com a mente, reforçou a necessidade de drenar o estresse diário e lembrou que médicos do futuro não receitarão remédios, por isso precisam entender mais de fisiologia para promover saúde a partir de cuidados integrais e da educação do paciente.

Colesterol e Saúde: As Mais Recentes Evidências | História e Recentes Avanços das Aplicações dos Ácidos Graxos Ômega 3 nas Ciências Médicas

O médico francês Dr. Michel de Lorgeril levou para o palco a teoria do colesterol, tema que afirmou ser controverso e demandar muito estudo e análise cuidadosa.

Dr. Lorgeril relembrou a teoria básica do colesterol alto como vilão da saúde cardiovascular, mas discutiu o caráter comercial dos ensaios clínicos que resultaram nesta conclusão, bem como sua imprecisão especialmente em relação aos humanos.

Debateu portanto, o interesse da indústria quanto a viabilidade redutiva do risco de morte cardíaca e AVC pelas drogas, apontando especialmente as incongruências metodológicas, de requisitos e a inexpressividade dos resultados que apontaram a eficácia das estatinas, que por diversas vezes foi questionada e até derrubada.

“Mas não confiem em mim, verifiquem vocês mesmos” recomendou o professor após discutir detalhadamente diversos estudos e fornecer as referências aos congressistas.

Como contraponto, expôs estudos contundentes sobre as causas de morte, aprofundou as explicações sobre o colesterol e suas funcionalidades, concluindo que “colesterol não é causador de doença cardiovascular”, mostrando inclusive ser este melhor do que a estatina para prevenir a mortalidade por doenças cardiovasculares.

Na sequência de um breve intervalo, Dr. Michel tratou ainda dos Ácidos Graxos Ômega 3, realizando uma exposição histórica da temática.

Três estágios de estudos foram abordados: a descoberta da importância do Ômega 3 para a saúde, a desilusão de usar o Ômega 3 como remédio em vez de usá-los como nutriente na dieta diária e, por fim, o recente retorno deste como molécula sintética.

Em princípio, para muitos investigadores e médicos, a gordura mostrou-se inútil na cardiologia e, seu uso acima de 1g/dia poderia inclusive ser deletério. Após esse período negativo, os Ômega 3 foram esquecidos na medicina convencional e usados ​​essencialmente na medicina alternativa e, a partir de 2010, houve uma nova onda de interesse com a chegada de novos industriais ao mercado.

Em conclusão, o Dr. Michel expôs suas recomendações: primeiro, identificar deficiências e corrigi-las, sem exageros na suplementação.

“É melhor corrigir as deficiências ajustando os hábitos alimentares, ao invés da suplementação”, afirmou. 

Ademais, reforçou ser imprescindível a análise do real conteúdo das cápsulas e as diferenças entre natural e sintético, para se aproveitar pequenas doses da primeira e evitar a segunda, e preferir garantir quantidades suficientes de ácido alfa-linolênico ômega 3 vegetal com aconselhamento dietético.

Microbiota do Hospedeiro Humano: Passado, Presente e Futuro

Dra. Denise de Carvalho tratou da história da microbiota e dos avanços e descobertas que podem levar a uma melhora da saúde como um todo.

Sua introdução passou pela diferenciação entre microbiota e microbioma para reafirmar ser este um sistema tão único que nem mesmo gêmeos idênticos possuem o mesmo microbioma.

A médica mostrou cronologicamente as descobertas sobre a microbiota, com seu primeiro relato de existência na boca humana em 1683, contando sobre a variolização, a teoria dos miasmas, dos germes e os postulados de Koch, mostrando que só se via até então patógenos relacionados a doenças.

“A primeira vez que se viu o lado bom da microbiota já estávamos no século XX com um microbiologista russo”, contou.

Entretanto, mais importante do que saber quais são as bactérias presentes no intestino, é saber o que elas fazem no intestino e no organismo, afirmou a doutora, que fez questão de assumir que até relativamente pouco tempo apenas conhecia a microbiota com relação às doenças.

Considerando que atualmente estamos na interseção entre passado e futuro da microbiota e da saúde, a Dra. Denise enfatizou que “a microbiota saudável compete com a patogênica para criar equilíbrio entre elas, mas a relação é muito mais de cooperação, senão não estaríamos aqui”.

Neste contexto, a palestrante aprofundou o tema disbiose intestinal e seus eixos sistêmicos, além de demonstrar os prejuízos das cesarianas, do excesso de sanitarização, da má alimentação e do uso de antibióticos, que aumentam microorganismo oportunistas e desencadeiam condições médicas.

Reforçando a relação positiva, a microbiota ajuda a metabolizar xenobióticos, extrair calorias, modular a imunidade, sintetizar vitaminas, modular a permeabilidade do intestino, sintetizar peptídios e influenciar a síntese de outros.

Algumas alternativas para os tratamentos e cuidados da microbiota e doenças intestinais foram abordadas, como através dos probióticos, prébioticos, paraprobióticos e pós-bióticos, lembrando que o mais importante é a função dos microorganismos e o ambiente do hospedeiro em que será inserido.

Mas finalizou: para modular a microbiota, não há fórmula mais eficiente e duradoura do que a dieta. Nenhuma pílula substitui isso.

Comunicação Digital: Habilidade Essencial ao Médico

A estrategista digital Rejane Toigo falou aos congressistas sobre a importância da comunicação pelos médicos, para educar sobre saúde e também para obter reconhecimento e crescimento profissional.

Em primeiro lugar, Rejane desconstruiu a ideia de marketing como algo mentiroso, sem credibilidade e antiético.

“Se marketing é um termo feio, narrativa é pior ainda é o que todos pensam”, mas Rejane conta que a narrativa científica é o caminho idôneo para levar à comunidade não especializada o conhecimento e a compreensão da ciência.

Rejane então tratou de como a narrativa age no cérebro humano, mostrando que, enquanto dados aleatórios provocam atividades cerebrais aleatórias, as histórias desencadeiam um padrão de atividade, e é isso que torna uma narrativa a melhor ferramenta para levar às pessoas um conhecimento.

Além disso, a estrategista ressaltou que narrativas são a melhor maneira de combater as anti-ciências e este também é um papel dos médicos.

Em sequência, Toigo tratou da marca pessoal do médico como elemento da narrativa, mostrando como a voz, o estilo de vida, as histórias e escolhas pessoais e as bandeiras que defendem ajudam a fortalecê-la.

“Marcas são referências para nós, do que somos, do que gostamos, do que queremos”, por isso Rejane demonstrou ainda a maneira como fixamos memórias, explicando que narrativas que emocionam provocam a produção e liberação da proteína responsável por memórias de longo prazo.

Assim, finalizou sua participação explicando que médicos que desejam se conectar com um público, que desejam ser lembrados e tornarem-se referências, precisam de narrativas e de marca pessoal para fazerem isso através de conteúdo estratégico e alcançar grandes objetivos de carreira.

Controle Bioquímico nas Diferentes Atividades Físicas

A última palestra do Congresso foi com o médico do esporte Dr. Márcio Tannure.

De início, Tannure mostrou aos congressistas que mesmo aqueles médicos que não atendem atletas profissionais precisam entender de controle bioquímico no esporte, porque pacientes que desejam apenas perder peso, ganhar massa, ou manter a saúde também demandam esse conhecimento relacionado às atividades físicas.

Dr. Tannure abordou de forma aprofundada a necessidade de individualização biológica do paciente, para compreensão dos reflexos das cargas externas e cargas internas de exercícios, realizou a abordagem dietética relacionada ao aproveitamento dos carboidratos, gorduras e proteínas pelo organismo para obtenção de resultados e manipulação do estresse oxidativo, assim como para a adaptação metabólica.

E de forma ímpar, Dr. Márcio discorreu sobre a função dos hormônios na recuperação e na performance, sobre a metabolômica e os metabólitos, para permitir que médicos saibam o que sugerir, como direcionar e como lidar com o caso de cada paciente, ao invés de apenas acompanhá-los de modo passivo com relação à prática de exercícios.

Evento Satélite: Painel Pós-Covid

Paralelamente às atividades do Auditório Principal, aconteceu o Painel Pós-Covid, no Auditório Lilian Marques.

O evento presencial exclusivo para médicos associados à SOBRAF teve a coordenação científica do médico Dr. Guili Pech, pioneiro nos tratamentos da síndrome pós-covid no Brasil, e foi transmitido ao vivo para demais médicos e profissionais da saúde que realizaram inscrição para a versão online.

A Dra. Andréia Antoniolli deu início ao Painel com o tema “Síndrome Pós-Covid: Visão Geral, Qual a importância e Por que acontece?”, além de ter sido moderadora da primeira sessão sobre Imunidade e Pós-Covid, na qual a Dra. Maryna Landim tratou do “Papel do Intestino no Pós-Covid, Como Diagnosticar e Tratar os Principais Distúrbios?” e o Dr. Guili falou da “possível existência da Síndrome Pós-Vacinal”, além de “Pós-Covid: Como Diagnosticar e Tratar?”

Na segunda sessão, sobre Covid Crônica e Exames Complementares, a Dra. Maryna Landim foi a moderadora, o Dr. Guili palestrou sobre “Exames Laboratoriais no Pós-Covid: O que Solicitar?”, o Dr. Ítalo Rachid falou dos “Principais Distúrbios Hormonais no Pós-Covid” e o Dr. José Ribas desenvolveu o tema “Tratamento do Pós-Covid: Terapias Injetáveis”.

Já no terceiro momento, relacionado à “Sindrome Pós-Covid: O que Todo Médico Precisa Saber”, o moderador foi o Dr. Guili Pech, enquanto o Dr. José Ribas falou sobre “Pós-covid e Exercício Físico: Quando Liberar o Retorno?” e a Dra. Cybelle Augusta abordou “Miocardite e Miocardiopatia Dilatada Pós-Covid – Resolução Plena com Tratamento Integrativo e Manutenção de Níveis Hormonais”.

Houve a exposição de trabalhos e estudos, e durante diversos momentos houve interação com plateia para perguntas e respostas relativas à temática.

Encerramento do 9º Congresso Internacional

As últimas palavras ficaram a cargo do mestre Dr. Ítalo Rachid, que finalizou a imersão com a exposição de seus próprios exames para comprovar que, embora aos 63 anos, seu endotélio é equivalente ao de uma pessoa de 20 anos e sua massa magra está 12kg acima dos valores considerados normais para a sua idade cronológica.

A exposição teve o intuito de comprovar que todo sonho é possível, desde que se acredite nele. Mas para o Dr. Ítalo, não se pode negociar com a saúde e ela precisa começar de um lugar extremamente egoísta, o EU!

Após convidar sua família e toda a equipe da Longevidade Saudável ao palco do evento para prestar seus agradecimentos e mostrar para o público quem são os colaboradores do belíssimo trabalho pela saúde física, emocional, mental, quântica, educacional e espiritual dele mesmo, o exímio defensor e propagador da medicina da longevidade pediu:

“Sejam tutores e condutores de sua própria saúde, porque não faz sentido que médicos e médicas brasileiros vivam 5 anos a menos do que a média da população. A credibilidade é construída com o tempo, mas façam diferente. Não importa a sua idade cronológica, é possível ser biologicamente mais jovem.” 

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